sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dois são atingidos por raio e morrem durante partida de futebol em MT (Postado por Lucas Pinheiro)

 Dois homens de 25 e 31 anos morreram após serem atingidos por um raio em Tangará da Serra, a 242 quilômetros de Cuiabá, nesta quinta-feira (27). Conforme testemunhas, Carlos Perez e Leandro Aparecido da Silva jogavam bola com um grupo de amigos e chovia muito no momento em que o raio os atingiu em um campo de futebol.

Leandro morreu no local. Já Carlos foi socorrido, mas chegou morto no Pronto-Socorro da cidade, segundo o médico Eli Ambrósio. "Quando existe indício de vida investimos no paciente, mas normalmente esses casos são fatais", disse Ambrósio. O médico avaliou também o estado dos outros jogadores que sentiram a descarga, como do policial militar Edson Vicente Segura.

 Ele contou ter caído no chão após um estalo. "Ouvi um estalo bem forte e caí no chão. Mais uns três ou quatro também caíram e, de repente, vimos que eles dois (Leandro e Carlos) tinham sido atingidos e estavam no chão", afirmou o policial.

Amigos e parentes foram ao Instituto Médico Legal (IML) e se disseram chocados com a tragédia. O irmão de Leandro, Rodrigo Manoel da Silva, disse que a vítima era apaixonada por futebol. "Ele adorava jogar futebol e infelizmente morreu fazendo o que ele mais gostava", disse.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Namorado acusado de mandar matar jovem em Cuiabá é solto pela Justiça (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Justiça colocou em liberdade o acusado de mandar matar a adolescente Maiana Mariano Vilela, de 16 anos, que desapareceu em dezembro de 2011 e teve o corpo encontrado em maio deste ano, em Cuiabá.

O habeas corpus foi concedido ao empresário Rogério da Silva Amorim, de 38 anos, que era namorado da jovem, nesta quarta-feira (19), durante julgamento realizado na Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que foi presidida pelo desembargador Manoel Ornellas de Almeida. O alvará de soltura foi expedido e o acusado deve deixar a Penitenciária Central do Estado, localizada na capital.

No mês de novembro, o mesmo colegiado do Tribunal de Justiça anulou a decisão em primeira instância que determinava que os três acusados fossem levados a júri popular pelo assassinato de Maiana. Na ocasião, segundo informou o advogado que defende o empresário, Waldir Caldas, as alegações finais da defesa não haviam sido juntadas ao processo. A data do julgamento não chegou a ser marcada.

 Entenda o caso
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Rogério encomendou a morte da adolescente que sumiu após descontar um cheque em uma agência bancária localizada no bairro CPA II. Para concretizar o crime, o empresário contratou dois pedreiros.

Paulo Ferreira e Carlos Alexandre Silva confessaram à polícia que executaram a garota a pedido do empresário. No dia do crime, eles receberam a orientação do empresário para que o assassinato fosse consumado à noite em uma chácara, onde Maiana levaria o dinheiro para o caseiro da propriedade rural a pedido do namorado.

Com R$ 500 na bolsa, ao chegar à chácara, a  adolescente foi atacada pelos acusados que simularam um assalto. Em seguida, eles teriam asfixiado Maiana e colocaram o corpo dela dentro de um veículo. Segundo o MPE, eles levaram o cadáver da adolescente até a empresa do acusado para comunicar a execução.

Depois disso, eles percorreram uma distância de mais cinco quilômetros e deixaram o corpo escondido em um matagal e, mais tarde, retornaram para enterrá-lo em uma cova rasa, no Distrito do Coxipó do Ouro, na capital.  Depois de localizado, o corpo de Maiana foi enterrado pela família no cemitério Parque Bom Jesus no dia 31 de julho, sete meses depois do assassinato.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Produtores relatam conflito durante desocupação de terra indígena em MT (Postado por Lucas Pinheiro)

Produtores e moradores da comunidade de Posto da Mata, na cidade de Alto Boa Vista, 1.064 quilômetros de Cuiabá, relatam como ocorreu o conflito entre eles e policiais da Força Nacional de Segurança e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta segunda-feira, no primeiro dia da operação de retirada dos ocupantes não índios da região. A Justiça Federal reconheceu a área como propriedade dos índios xavantes e o prazo para que as famílias saíssem do local venceu na última quinta-feira, dia 6 de dezembro. No entanto, a maioria decidiu permanecer na região.

 Moradores decidiram enfrentar os policiais nesta segunda-feira em um confronto que durou mais de 30 minutos. Os produtores utilizavam pedras contra os militares, enquanto os policiais revidavam com tiros de balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Quatro pessoas ficaram feridas, entre elas um policial da PRF que levou uma pedrada na cabeça.

Um dos produtores, diz que os policiais atiravam à queima roupa. “Ele [policial] atirou muito próximo. As cápsulas caíram no chão e eu peguei”, relatou. Outro morador diz que ficou ferido nas costas, após um tiro de bala de borracha. “A polícia tentou nos impedir para não passarmos e o pessoal avançou”, contou.

 Um grupo de mulheres também tentou enfrentar os policiais durante a desocupação, após chegar no local em uma caminhonete. “Ele [policial] veio pra atirar em mim e falei pra ele que eu estava de mão levantada, pra cima, e mesmo assim ele atirou na cara dura, à queima roupa”, reclamou a moradora.

Para o Ministério Público Federal, os conflitos não devem impedir a saída dos produtores dessa área. O MPF ainda afirma que tem acompanhado a situação e que isso seja feito de forma pacífica.

Disputa
A área em disputa tem uma extensão de aproximadamente 165 mil hectares. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos, afirma a Funai.

 No ano de 1980 a fazenda foi vendida para a petrolífera italiana Agip. Naquele ano, a empresa foi pressionada a devolver aos xavantes a terra durante a Conferência de Meio Ambiente no ano de 1992, à época realizada no Rio de Janeiro (Eco 92). A Funai diz que neste mesmo ano - quando iniciaram-se os estudos de delimitação e demarcação da Terra Indígena - Marãiwatsédé começou a ser ocupada por não índios.

O ano de 1998 marcou a homologação, por decreto presidencial, da Terra Indígena. No entanto, diversos recursos impetrados na Justiça marcaram a divisão de lados entre os produtores e indígenas. A Funai diz que atualmente os índios ocupam uma área que representa "apenas 10% do território a que têm direito".

A área está registrada em cartório na forma de propriedade da União Federal, conforme legislação em vigor, e seu processo de regularização é amparado pelo Artigo 231 da Constituição Federal, a Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio) e o Decreto 1.775/96, pontua a Funai.