Falta de verba para o custeio de despesas básicas, como água, papel higiênico e tinta de impressora, são alguns dos problemas enfrentados pela Delegacia da Polícia Judiciária Civil de Vila Rica, a 1.276 quilômetros de Cuiabá, conforme denuncia o presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Conseg), do município, Leonardo Borghesan. Segundo ele, a unidade não recebe nenhum centavo do governo do estado para se manter em funcionamento.
O prédio da delegacia é extremamente precário, como mostram as fotos enviadas ao G1 pelo representante do Conseg. Por meio da assessoria de imprensa, o delegado José Antônio Cavadas, diretor de Execução Estratégica da Polícia Civil, informou que a cada três meses os materiais de consumo são encaminhados às unidades de acordo com o pedido formulado e "se os produtos não vêm sendo entregues é porque a solicitação não deve ser sido feita corretamente".
Borghesan se diz indignado, pois a entidade vem encaminhando vários ofícios à Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) desde 2008, mas até hoje não obteve nenhuma resposta. "O delegado daqui (Vitor Domingues Chab) parece um pedinte. É um absurdo ter de pedir à prefeitura recursos para comprar até água", reclamou.
O presidente da entidade disse que o governo não cumpriu com a promessa de reformar o prédio, onde antes funcionava o Batalhão da Polícia Militar, e transferir a delegacia para esse local. Além de não receber repasse do Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp), ele alega que a delegacia recebe pequena parte de uma taxa de R$ 38 dos estabelecimentos que comercializam bebida alcoólica no município. O valor é arrecadado pela unidade e repassado à prefeitura.
Outro lado
O delegado Cavadas, responsável pelo setor de compras e finanças da Polícia Civil do Estado, confirmou que as unidades não recebem repasse do Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp) e que o orçamento é definido no mês de julho de cada ano por meio do Plano de Trabalho Anual (PTA). Segundo ele, os materiais de consumo, no caso de Vila Rica, são encaminhados de Cuiabá para a Delegacia Regional de Porto Alegre do Norte, a 1.143 quilômetros da capital. Disse ainda que até hoje não recebeu nenhuma reclamação contra essa circunscrição.
Já em relação à reforma, o diretor afirmou ao G1 que, no orçamento de 2011, não ficou prevista nenhuma obra de reestruturação, mas que pediu às delegacias regionais e do interior que vivem em situação precária que procurassem um imóvel para a locação, como medida emergencial. "Como não temos orçamento para reforma, trabalhamos com a locação de imóveis. Só que em Vila Rica não foi encontrado nenhum local com documentação legal", frisou, por meio da assessoria. Ele garantiu, no entanto, que no PTA de 2012 será incluída a reforma dessa delegacia.
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