Mosaico da Amazônia Meridional facilitará gestão de áreas protegidas
Área abrange unidades de conservação nos estados de Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, correspondendo ao território da Irlanda. Decisões serão avalizadas por conselho, que terá representantes de governos, movimento social e populações tradicionais.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou, dia 25 de agosto, portaria que reconhece o Mosaico da Amazônia Meridional. A área é composta por 40 unidades de conservação contíguas nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Amazonas (ver mapa), que abrange um território de 7 milhões de hectares, similar ao tamanho da Irlanda. Funcionará como ferramenta para consolidar a gestão das áreas protegidas, buscando melhorar a conservação de ecossistemas e da biodiversidade e a condição de vida das populações locais.
Para Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, o mosaico institui um modelo de gestão baseado em uma visão mais ampla e sistêmica de toda a região. “Trata-se de um instrumento com grande potencial para otimizar recursos e criar processos compartilhados de tomada de decisão, com objetivo de gerenciar toda uma paisagem de maneira integrada” resume.
Um importante aspecto que contribuirá para uma administração participativa do mosaico será a instituição de um conselho consultivo, composto por gestores de unidades de conservação da área e representantes dos governos estaduais, de organizações não-governamentais do segmento socioambiental, do movimento social local, de empresários que atuam na área e de povos indígenas da região. O conselho vai propor diretrizes sobre usos da terra, acesso, fiscalização, monitoramento de planos de manejo, pesquisa científica e emprego de recursos destinados às UCs do mosaico.
O WWF-Brasil apoiou diretamente os estudos que subsidiaram a criação do mosaico, além de ter organizado reuniões e oficinas nas comunidades da região. Além disso, promoveu um evento na Conferência das Partes da sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada em outubro de 2010 no Japão, com objetivo de divulgar a importância socioambiental da área e angariar apoio para a iniciativa.
As seguintes áreas protegidas fazem parte do Mosaico da Amazônia Meridional: Floresta Nacional de Jatuarana, Parque Estadual do Sucunduri, Parque Estadual do Guariba, Reserva de DesenvolvimentoSustentável Bararati, Reserva de Desenvolvimento Sustentável Aripuanã, Reserva Extrativista do Guariba, Floresta Estadual de Manicoré, Floresta Estadual de Aripuanã, Floresta Estadual de Sucunduri e Floresta Estadual de Apuí, no Amazonas; Reserva Biológica do Jaru, Parque Estadual Igarapés do Juruena, Parque Estadual Tucumã, Reserva Ecológica de Apiacás, Estação Ecológica do Rio Madeirinha, Estação Ecológica do Rio Roosevelt e Reserva Extrativista Guariba-Roosevel, em Rondônia; Reserva Extrativista Roxinho, Reserva Extrativista Seringueiras, Reserva Extrativista Garrote, Reserva Extrativista Mogno, Reserva Extrativista Piquiá, Angelim, Reserva Extrativista Itaúba, Reserva Extrativista Ipê, Reserva Extrativista Jatobá, Reserva Extrativista Massaranduba, Reserva Extrativista Maracatiara, Reserva Extrativista Sucupira, Reserva Extrativista Castanheira, Reserva Extrativista Aquariquara, Reserva Extrativista Freijó, Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá, Floresta Estadual de Rendimento Sustentado Cedro, Floresta Estadual de Rendimento Sustentado Mutum, Floresta Estadual de Rendimento Sustentado Gavião, Floresta Estadual de Redimento Sustentado Araras e Floresta Estadual de Rendimentos Sustentado Tucano, em Rondônia, além de Parque Nacional do Juruena (MT e AM) e Parque Nacional dos Campos Amazônicos (RO, AM e MT).
A portaria 332, que reconhece o Mosaico da Amazônia Meridional, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 26 de agosto de 2011.