quinta-feira, 27 de agosto de 2015


MT lidera degradação florestal na Amazônia Legal em julho, diz Imazon

O estado foi responsável por 85% da degradação da floresta no período.
Degradação florestal é a retirada lenta da madeira, por queimada ou corte.

Amanda Sampaio Do G1 MT
Segundo Imazon, degradação na Amazônia Legal chegou a 240 km² em julho (Foto: Imazon)Segundo Imazon, degradação na Amazônia Legal chegou a 240 km² em julho (Foto: Imazon)
A degradação de floresta na Amazônia Legal somou 240 quilômetros quadrados em julho de 2015, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). A maioria (85% ou 204 km²) ocorreu em Mato Grosso, seguido pelo Pará (9%), Roraima (4%), Amazonas (1%) e Rondônia (1%). A degradação ocorre quando as árvores são retiradas da floresta aos poucos, em etapas, e costuma ser causada pela atividade madeireira e queimadas florestais. Os dados foram divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta quinta-feira (27).
Em relação a julho de 2014, houve aumento de 147%, pois, nesse período, a degradação florestal somou 97 quilômetros quadrados. A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2014 a julho de 2015 totalizou 2.186 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2013 a julho de 2014) houve aumento de 207% quando a degradação florestal somou 711 quilômetros quadrados.
O SAD detectou ainda em julho 542 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, aumento de 53% em relação a julho de 2014, quando o desmatamento somou 355 quilômetros quadrados. A maioria dos desmatamentos ocorreu no Amazonas (27%), seguido por Rondônia (22%), Mato Grosso (17%), Pará (17%), Acre (10%) e Roraima (7%), conforme dados do sistema.
O desmatamento é um processo de conversão da floresta para outros usos da terra, como pastagens, áreas de cultivos agrícolas, mineração, ou mesmo, para fins de urbanização. Para isso, é necessário a remoção completa da cobertura florestal original.
Segundo o Imazon, o desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a julho de 2015, correspondendo aos doze meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 3.322 quilômetros quadrados. O aumento do desmatamento acumulado foi de 63% em relação ao período anterior (agosto de 2013 a julho de 2014), quando somou 2.044 quilômetros quadrados.


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Queimadas no início de agosto crescem 28,5% em relação a 2014



O agricultor Adenilson Pereira Santiago, 47, de Nova Marilândia (MT), perdeu 900 hectares (o equivalente a 46 campos de futebol) de plantação de milho por causa de um incêndio no início do mês.
"Meu prejuízo foi de ao menos R$ 200 mil", conta. "Mas não dá para colocar a culpa em ninguém. Está muito seco, não chove desde o começo de junho e o vento está forte, o que faz com que o fogo se alastre muito rápido."
A escassez de chuva desde o segundo semestre de 2014 provocou um "estresse vegetal" e uma alta de 28,5% nos registros de queimadas no país nos primeiros dez dias de agosto na comparação com o ano passado, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).


Bruno Cidade/MidiaNews
11/08/2015: Queimada no aeroporto de Cuiabá/Várzea Grande. Foto: Bruno Cidade/MidiaNews ***Foto sem custo*** ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Queimada chega ao aeroporto de Cuiabá (MT); a foto foi registrada no último dia 11
A falta de chuvas é resultado do El Niño, que está mais intenso neste ano. O fenômeno impede a formação de nuvens de chuva, favorecendo o calor e o tempo seco em quase todo o Brasil.
No ano, já foram detectados 48.687 focos de incêndio no país. O Estado com mais ocorrências é Mato Grosso.
"A situação é preocupante, porque há uma tendência de que os incêndios e queimadas se agravem devido à desidratação da vegetação", disse Christian Berlinck, coordenador de emergências ambientais do ICMBio, autarquia federal.
A pesquisadora Anna Bárbara Coutinho de Melo, do Inpe, diz que o tempo seco devem permanecer. O El Niñodeve ter seu pico entre outubro e novembro, e só deve se despedir no outono de 2016.
OUTROS DANOS
Além do prejuízo material, as queimadas causam danos à saúde, como agravamento de problemas respiratórios.
Em Mato Grosso, as aulas de educação física nas 753 escolas estaduais foram suspensas, afetando 410 mil alunos. A umidade do ar em Cuiabá está em 16% (o deserto do Saara registra, em média, entre os 10% e 15%), e não há previsão de chuvas para os próximos dias.


Cleidson Silva/Rondoniagora
Bombeiros apagam incêndio em queimada urbana na Zona Sul de Porto Velho no último domingo. Foto: Cleidson Silva/Rondoniagora ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Bombeiros apagam incêndio em queimada urbana em Porto Velho (RO) no último domingo (16)
Em Rondônia, o prejuízo é ambiental. O fogo já consumiu parte do Parque Nacional dos Campos Amazônicos e de terras indígenas. Em Tocantins, 27 municípios da região sudeste do Estado estão em situação de emergência.
Em São Paulo, por sua vez, as queimadas atingem plantações de cana-de-açúcar e terrenos baldios. Do começo do ano até agora, já foram 1.119 casos. A maioria está na região oeste, seguida da noroeste e central.