Mato Grosso corre o risco de enfrentar um tremor de terra de intensidade suficiente para causar grandes estragos em cidades da região norte do Estado. É o que alerta o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, especialista no estudo de tremores no Brasil. Na região da cidade de Porto dos Gaúchos, a 644 km de Cuiabá, há uma falha geológica onde abalos sísmicos vêm ocorrendo com frequência nos últimos anos. Apenas no ano passado, dos 42 tremores de terra registrados no Brasil, 20 foram em Mato Grosso. Todos naquela região.
Lucas Vieira Barros é doutor em sismologia e a tese de doutorado dele foi justamente sobre a zona sísmica em Porto dos Gaúchos, que registrou o maior terremoto já observado na história do Brasil. No dia 31 de janeiro de 1955, um abalo de magnitude 6,2 foi registrado na região de Porto dos Gaúchos. E, desde 1959, explica Lucas Barros, em uma área 100 quilômetros a nordeste da Serra do Tombador vem sendo observada uma sismicidade recorrente.
"Tanto a Serra do Tombador quanto Porto dos Gaúchos estão localizados na Bacia Fanerozóica dos Parecis. Dois sismos de magnitude 5 ocorreram em Porto dos Gaúchos, em 1998 e 2005, com intensidades 6 e 5, respectivamente", observa Barros. Ele explica que esses dois tremores principais foram seguidos de sequências de abalos menores, que duraram mais de quatro anos cada. Esses tremores foram estudados por meio de equipamentos instalados pelo Observatório Sismológico naquela região.
Novos tremores
O doutor em sismologia afirma que a região no norte de Mato Grosso é propícia à ocorrência de novos tremores devido à falha geológica ali existente. Segundo ele, novos abalos sísmicos podem ocorrer a qualquer momento e assustar moradores das cidades próximas. "Em 2000 teve um sismo; em 2008, teve outro e a terra nunca mais parou de tremer. Discuto a questão dos efeitos de possíveis terremotos de magnitude 6,2 a 6,5 em Porto dos Gaúchos", disse Lucas Barros em entrevista ao G1.
O especialista avisa que não há motivos para a população temer, mas que é necessário estar em alerta. "Não precisamos alarmar as pessoas que moram em Mato Grosso, mas não temos o direito de esconder informação". Um abalo de magnitude 6,2 a 6,5 poderia ser sentido com intensidade em grandes cidades da região norte, como Sorriso e Sinop.
Estação sismológica
Com a comprovação da grande frequência de abalos no norte de Mato Grosso, o Observatório Sismológico da UnB instalou uma estação sismológica em Porto dos Gaúchos. No entanto, o equipamento - que custou cerca de R$ 80 mil quando instalado, em 2005 - está desativado. Lucas Barros não sabe o motivo preciso da interrupção de funcionamento da estação. Uma equipe da UnB deve vir a Mato Grosso em maio para verificar o problema e reativar a estação.
O chefe do Observatório pretende entrar em contato com a Defesa Civil estadual para fazer uma parceria com o governo do Estado na tentativa de contratar uma pessoa para dar manutenção na estação mato-grossense. Ele avalia que a estação pode estar funcionando parcialmente, coletando os dados dos abalos sísmicos, mas com algum problema no link com o satélite, necessário para enviar as informações para o Obsis em Brasília. Lucas Barros explica que a estação sismológica instalada em Mato Grosso tem condições de monitorar os sismos não apenas na região de Porto dos Gaúchos ou no Brasil, mas em todo o mundo.
Lucas Vieira Barros é doutor em sismologia e a tese de doutorado dele foi justamente sobre a zona sísmica em Porto dos Gaúchos, que registrou o maior terremoto já observado na história do Brasil. No dia 31 de janeiro de 1955, um abalo de magnitude 6,2 foi registrado na região de Porto dos Gaúchos. E, desde 1959, explica Lucas Barros, em uma área 100 quilômetros a nordeste da Serra do Tombador vem sendo observada uma sismicidade recorrente.
"Tanto a Serra do Tombador quanto Porto dos Gaúchos estão localizados na Bacia Fanerozóica dos Parecis. Dois sismos de magnitude 5 ocorreram em Porto dos Gaúchos, em 1998 e 2005, com intensidades 6 e 5, respectivamente", observa Barros. Ele explica que esses dois tremores principais foram seguidos de sequências de abalos menores, que duraram mais de quatro anos cada. Esses tremores foram estudados por meio de equipamentos instalados pelo Observatório Sismológico naquela região.
Novos tremores
O doutor em sismologia afirma que a região no norte de Mato Grosso é propícia à ocorrência de novos tremores devido à falha geológica ali existente. Segundo ele, novos abalos sísmicos podem ocorrer a qualquer momento e assustar moradores das cidades próximas. "Em 2000 teve um sismo; em 2008, teve outro e a terra nunca mais parou de tremer. Discuto a questão dos efeitos de possíveis terremotos de magnitude 6,2 a 6,5 em Porto dos Gaúchos", disse Lucas Barros em entrevista ao G1.
O especialista avisa que não há motivos para a população temer, mas que é necessário estar em alerta. "Não precisamos alarmar as pessoas que moram em Mato Grosso, mas não temos o direito de esconder informação". Um abalo de magnitude 6,2 a 6,5 poderia ser sentido com intensidade em grandes cidades da região norte, como Sorriso e Sinop.
Estação sismológica
Com a comprovação da grande frequência de abalos no norte de Mato Grosso, o Observatório Sismológico da UnB instalou uma estação sismológica em Porto dos Gaúchos. No entanto, o equipamento - que custou cerca de R$ 80 mil quando instalado, em 2005 - está desativado. Lucas Barros não sabe o motivo preciso da interrupção de funcionamento da estação. Uma equipe da UnB deve vir a Mato Grosso em maio para verificar o problema e reativar a estação.
O chefe do Observatório pretende entrar em contato com a Defesa Civil estadual para fazer uma parceria com o governo do Estado na tentativa de contratar uma pessoa para dar manutenção na estação mato-grossense. Ele avalia que a estação pode estar funcionando parcialmente, coletando os dados dos abalos sísmicos, mas com algum problema no link com o satélite, necessário para enviar as informações para o Obsis em Brasília. Lucas Barros explica que a estação sismológica instalada em Mato Grosso tem condições de monitorar os sismos não apenas na região de Porto dos Gaúchos ou no Brasil, mas em todo o mundo.